Explorando o Pro Wrestling #2 - Cada País uma história

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Olá pessoal, bem vindos ao primeiro tem abordado no quadro Explorando o Pro Wrestling. Hoje vou trazer a vocês algo que eu já fiz, mas por ser em uma página de Facebook, não tive o espaço que gostaria de ter pra fazer as explicações mais detalhadas. O tema  é, A diferença do Pro Wrestling em culturas diferentes. Abordarei o Pro wrestling nos Estados Unidos, México e Japão. Sem mais perca de tampo, vamos lá.


O pro wrestling como entretenimento no EUA apareceu junto com a invenção da televisão. Antes disso em torno dos anos 20 e 30, os pro wrestlers americanos eram em geral, lutadores de luta greco romana ou wrestling., que inovaram a forma de se fazer isso com acrobacia e saltos. Com a invenção da televisão, e o boxe sempre sendo o esporte de contato com maior espaço, o pro wrestling precisava se reinventar, precisava de algo a mais algo que chamasse a atenção. Foi quando se popularizou o termo gimmick, que era a representação de um personagem nas lutas.  Os pro wrestler começaram a se especializar também em aulas de teatros e expreções  corporais.  
O primeiro grande nome que marcou o pro wrestling, chamando de vez a atenção e prendendo a primeira geração da “era de entretenimento” foi Hulk Hogan.





Ali surgia a receita do pro wrestling nos EUA. Hulk Hogan foi a marca do EUA contra a guerra fria. O herói americano que era como um Super-herói de quadrinhos, que nuca desistia e vencia qualquer um que aparecesse. As histórias entre os mocinhos e os vilões começaram a vender, ginásios lotavam para ver Hulk Hogan levantar  André “The Giant”. E isso não muda após 40 anos. Uma história baseada em um mocinho que a torcida apoia, merece o titulo da empresa, mas um vilão aparece, o atrapalha, ganha o titulo, o humilha e no final o bem vence o mal.
A forma de luta no ringue segue também uma mesma forma sempre. Sempre com um inicio onde os lutadores se olham, se agarram, se separam.  Torcida grita. Se repete a mesma coisa. Um dos lutadores sai por cima, encara o outro caído. Torcida vibra.  E um dos maiores erros dos fãs atuais é pedir algo diferente disso. Essa é a base a cultura do por wrestling de entretenimento nos EUA, isso que vende, e isso nunca mudará. Nas empresas independentes como PWG,IWA,AAW,CHIKARA. A empresa não tem uma estrutura tão boa pra formar histórias cheias de artifícios. Única forma de continuar viva, é demonstrando um bom pro wrestling. Nos EUA, a forma de se construir as lutas, depende muito mais do que acontece fora do que dentro, de como o wrestler age, nas coisas que ele fala. Isso não significa ser bom ou ruim, não significa ser melhor ou pior. Questão cultural, algo que será sempre exemplificado aqui

JAPÃO



O estilo japonês de luta, passa longe da forma  que é abordada nos EUA. Diferente dos Americanos, no Japão a parte mais importante do show está dentro do ringue e da filosofia de luta que levam.  O “puroresu spirit” é a forma de luta que eles aplicam, usando o espirito de luta e de persistência, aplicando o shoot wrestling, estilo de luta que mistura artes marciais reais com pro wrestling, conhecido como “Strong Style”
O primeiro grande do Puroresu foi  Rikidozan, que pela JWA, construiu o legado de vitórias e controvérsias. Rikidozan, apesar de ter deixado o nome como “pai do puroresu” não é tão lembrado como Antonio Inoki. O lutador que venceu lutadores de vários estilos de lutas como Boxe,Jiu jitsu,muay thay, aplicando o Pro wrestling. Inoki criou a NJPW, maior empresa de Pro wrestling no japão, atualmente. Conseguiu ligações com a WWF nos anos 80 e 90. Fez o pacto de não agressão entre as empresa, mas acabou saindo por baixo da empresa, após uma falha tentativa de fazer sua empresa uma empresa MMA.
Voltando ao estilo de luta e nomes de importância, tivemos Satoru Sayama, primeiro tiger mask, que criou uma linhagem e ótimos pro wrestler, Mitsuharu Misawa, Kenta Kobayashi, Shynia Hashimoto, Ultimo Dragon, Great Sasuke, Keiji Mutoh, entre vários outros que transformaram a forma de se ver o pro wrestling no país.  Gran Hamada enviado ao México e mesclando o estilo técnico aprendido no país com o Shoot, criando a “Lucha Libre Japonesa”. Enfim, história é o que não falta.
Sobre a forma como os eventos e lutas são levadas.  Não se tem promos ou histórias baseadas em ataques. Tudo gira em torno de merecimento, se tem vários torneios por chances aos títulos, ou por encaradas pós lutas, interferências são bem raras também.  A luta é formada em geral no shoot wrestling. Chops e socos fortes, e reais, são disparados a todo momentos. Luta entre hybrid wrestlers, lutadores baseados principalmente nas formas do MMA,  se tem cabeçadas e chaves a todo momento.
O que mais encanta no pro wrestling oriental é a forma de se levar a profissão. Os lutadores treinam desde crianças em dojos, com professores que também já foram wrestlers, e por causa de treinos não conseguiram formar uma família, o que leva a uma ligação quase parental entre aluno e mestre. A forma como que eles se comportam no ringue, com respeito ao público. O publico sempre respeitando os lutadores, em um silêncio, e sempre aplaudindo quando se tem um golpe mais plástico. Tudo gira em torno de cultura, de forma de vida, de estilo de vida

México


De todas que falei até agora, nenhuma chega aos pés em quesito fãs e influência cultural, como a Lucha Libre mexicana. Na foto temos um muro de uma rua na cidade del México com a pintura de lutadores ícones como El Santo, Blue demon,el fantasma entre outros. A Lucha Libre afeta em aspectos culturais, políticos e sociais o país. El Hijo del santo, influente político do país que usou o nome de seu pai pra entrar na carreira.  El Santo, que foi considerado mesmo uma divindade na épica que lutou, fazendo diversas séries e filmes consolidando o nome da lucha libre.
Primeiros nomes da Lucha libre surgiram nos 40 e 50, Mil Mascaras, El santo, blue demon, podem ser considerados os pioneiros da luta livre. Desde o inicio a lucha libre veio como um estilo que vendia mais o personagem do que a luta em si, um pouco mais parecido com os EUA. Os técnicos (Faces) e os Rudos (hell) se enfrentavam em diversas lutas lentas e sangrentas, como é até hoje a base da lucha libre. Apesar de ter um nível técnico muito bom, as lutas são levadas de formas vagarosas e lentas, o que faz lutadores como miztezys e Aero Star se destacarem.
A Tradição mexicana afeta as linhagens familiares também, sendo que a maiorias dos lutadores que tiveram filhos, passaram o legado de seu nome ou mascara ao seus filhos. A mascara também é algo que marca muito. Um lutador mascarado no México, que assume o papel , não a tira em lugar nenhum, não a tira em velório, em casamento, em lugar nenhum.  Sendo essa a parte que afeta a vida dos lutadores, pois quem adota uma mascara, renuncia sua vida particular, pra viver a vida de um personagem. As famosas lutas de apuestas, onde se tem lutas válidas por mascaras ou cabelos, marcam muitos eventos também. Um lutador que perde a mascara, em geral, não se recupera do golpe, se aposentam ou se arrasta até o final de sua carreira.  Um lutador desmascarado só pode voltar a usar a máscara após 8 anos da derrota, salvo alguns casos onde se tem um acordo entre o conselho de luta livre e o lutador como o Rey mistério Jr.
O México, adotou uma cultura, onde um ringue é como se fosse uma bola no brasil, crianças querem mascaras não camisas de times, querem brincar em um ringeu publico, não um campinho. É algo que vem da alma das pessoas e dificilmente algum dia mudará.

Bom pessoal, espero que tenham gostado do artigo, que tenham aprendido e que principalmente se interessado pelas outras formas de pro wrestling. Semana que vem nos encontramos novamente. Obrigado, até lá.

1 comentários:

Anônimo disse...

Realmente esse espírito competitivo, respeito, persistência e alto carisma é notável na cultura oriental. Exemplos: Itami, aquela diva vinda do japão agora no NXT, Bálor, mesmo não sendo oriental, passou por essa experiência,etc. Muito bom o artigo, posso passar pra muita gente, informando-os sobre essa modalidade que tanto amamos kkkk.